domingo, 14 de outubro de 2012

Nova ocupação paralisa obras de Belo Monte


Uma nova ocupação feita por manifestantes contrários à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte obrigou o consórcio responsável pelo projeto a suspender as obras temporariamente, informaram nesta terça-feira os construtores.
O consórcio Norte Energia, responsável pela construção e operação daquela que será a terceira maior hidrelétrica do mundo, informou que as obras foram suspensas por motivos de segurança após um grupo de indígenas e pescadores terem ocupado uma das áreas da unidade.
Cerca de 80 manifestantes invadiram na noite de ontem a área em que foi construída uma pequena represa provisória para desviar as águas do rio Xingu e que está localizada próxima a uma das frentes de trabalho no Pará.
Segundo o consórcio, os manifestantes ocuparam os postos de vigilância e se apoderaram de uma ambulância e um ônibus, cujo motorista sofreu ferimentos leves.
O consórcio acrescentou que alguns empregados foram detidos brevemente pelos manifestantes e que, por segurança, foi ordenada a retirada dos 900 empregados que estão na frente de trabalho Pimentel.
"Os manifestantes indígenas se apoderaram das chaves dos caminhões e tratores e obrigaram os trabalhadores a abandonarem a pé o campo estratégico de trabalho Pimentel", segundo um comunicado da ONG Amazon Watch, um dos grupos ambientalistas que se opõe ao projeto.
De acordo com a ONG, a ocupação foi promovida por 120 índios e pescadores que ameaçam permanecer no lugar até que os responsáveis pela construção cumpram os compromissos assumidos para diminuir os impactos ambientais gerados pela hidrelétrica.
Segundo a Amazon Watch, a ocupação foi decidida por uma "aliança sem precedentes entre os pescadores e os povos indígenas amazônicos", como os Xipaya, Kuruaia, Parakana, Arasse, Juruna e Assurini.
O consórcio Norte Energia negou ter recebido qualquer reivindicação que justifique a ocupação e informou que apresentará um recurso perante a justiça para pedir uma ordem de despejo.
Os manifestantes alegam que o consórcio ignorou totalmente os compromissos de diminuição do impacto ambiental feitos em julho, quando foi estabelecido um acordo com outro grupo de manifestantes que ocupavam as obras.
A Amazon Watch citou igualmente "o descumprimento da maioria das condições legais relativas à construção da barragem, a falta total de diálogo com os pescadores locais e a ameaça iminente de inundação em grande escala de áreas próximas à cidade de Altamira".
Fonte: Terra

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